Como foi publicado nos principais blogs da nossa
cidade e em alguns grandes jornais da capital, o prefeito Arlindo Dantas editou
o decreto nº 01/2013, quando instituiu “estado de emergência” em São José de
Mipibu e isso após saber que estaria herdando da administração anterior, da
ex-prefeita Norma Ferreira Caldas, uma dívida aproximada de R$ 25.000.000,00
(vinte e cinco milhões de reais).
Segundo o decreto, o motivo da emergência seria
a existência dessa dívida e dentre ela, a ausência de pagamento dos salários
dos professores pelo FUNDEB. Como medida administrativa, o decreto
suspendeu esses pagamentos por 90 dias, determinando que, em 15 dias, cada
secretário municipal deva apresentar um diagnóstico sobre a dívida, inclusive
apresentando justificativas para o pagamento. Ainda nesse mesmo ato, a
administração aproveitou para suspender a concessão de gratificações aos
salários dos servidores municipais, a concessão de diárias e a realização de
viagens ou deslocamentos à serviço.
Eu, como ex-prefeita e diretamente afetada com
as acusações veiculadas pela administração e pelos que a fazem mesmo
indiretamente, venho demonstrar os fatos a seguir, quando os nossos
conterrâneos verificarão que o ato administrativo baixado pelo Prefeito
objetiva denegrir a imagem dessa ex-gestora, além de já tentar justificar à
população local as iniciativas de governo que, certamente, deixarão de ser
tomadas em prol da comunidade nos próximos meses.
Primeiramente, em relação aos salários dos
professores, é importante informar que ao longo dos últimos quatro anos, o
Município alocou para pagamento dessas despesas o montante de aproximadamente
R$ 2.000.000,00 com recursos próprios, já que a arrecadação do Fundeb, há
tempos, não permitia o pagamento desses salários sem
que recorrêssemos, com muita constância, à utilização de outras fontes próprias
de recursos, como, por exemplo, o FPM.
Em dezembro de 2012, para pagamento do 13º
salário e o mês de dezembro de 2012, a Prefeitura necessitaria de R$
2.891.715,19, quando recebeu pelo Fundeb, apenas o valor de R$ 1.539.185,43,
destinando-o exclusivamente ao pagamento desses salários. Não é necessário
muito, para perceber que teríamos que alocar R$ 1.352.529,76 para quitar todas essas obrigações salariais, e que se tratando do
último mês do exercício e de governo, muitas outras obrigações tinham que ser
quitadas nas mais diversas áreas. Desta forma então, não foi possível
alocar mais recursos próprios para o cumprimento do pagamento dos professores
relativo ao mês de dezembro.
Já em relação à dívida, que segundo o decreto nº
01/2013, apontou para um total de R$ 25.000.000,00, venho esclarecer que
93,5% desse valor, ou seja, mais de 90% da dívida, referem-se à dívida a
longo prazo, devendo ser quitada ao longo dos próximos 20 anos aproximadamente,
e que grande parte dela não foi criada ou concebida pela administração “Norma
Ferreira” e sim pelas que antecederam ao meu governo.
São credores dessa dívida o INSS, a COSERN, os Precatórios Trabalhistas e o
FGTS, que juntos somam R$ 23.394.085,77, conforme demonstração a seguir:
Junto ao INSS, criada a partir de 1988.
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R$ 20.638.406,09
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Junto ao FGTS, a partir de 1997 a 2004.
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R$ 104.856,06
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Junto aos precatórios trabalhistas, a partir
de 2001 a 2004.
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R$ 365.607,57
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Junto a COSERN, a partir de 1997 a 2004.
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R$ 2.285.216,05
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Total
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R$ 23.394.085,77
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Detalhando esse valor, verifica-se que esses
gastos foram contraídos ao longo dos últimos 20 anos, inclusive na
administração “Arlindo Dantas”, quando surgiram ou foram acrescidos valores significativos
dessas dívidas.
Por essa constatação, é injusto que esse mesmo
gestor, que provocou dívidas ao longo do seu mandato de 8 anos, venha acusar o
desequilíbrio financeiro apresentado pela minha administração, a ponto de
decretar estado de emergência por 90 dias.
Contrariamente à intenção da administração
“Arlindo Dantas” em denegrir a minha imagem como gestora pública, é preciso
esclarecer à população da nossa cidade, que durante os trabalhos de transição
dos governos Norma / Arlindo, os membros que integravam a minha comissão de
transição foram autorizados a demonstrar em detalhes, todos os aspectos
financeiros, orçamentários e patrimoniais do Município, quando por mais de
cinco reuniões, os membros que integravam essa comissão puderam conhecer a
situação da nossa cidade, não havendo qualquer questionamento sem que houvesse
o devido esclarecimento. Em suma, os trabalhos de transição na nossa cidade
foram, certamente, referência para uma boa e pacífica transição entre os
governos.
Isso prova que a minha administração não temia o
conhecimento da situação por quem quer que seja, e isso, principalmente, por
sabermos que o quadro apresentado foi de total equilíbrio nas finanças
municipais, permitindo concluir que os termos do decreto nº 01/2013 não retratam
a real situação apresentada por nossa administração, como também, concluir que
esta situação é bem melhor do que a colocada pela grande maioria dos Municípios
do nosso Estado, que atravessam uma grande dificuldade de ordem financeira, em
decorrência, sobretudo, da queda registrada do FPM nos últimos anos.
É nesse contexto que encerro esta Nota,
demonstrando a minha indignação à acusação que ora é refutada, e também com a
certeza de que os cidadãos da minha cidade devem renovar a certeza da lisura e
da honestidade que sempre adotei à frente da coisa pública.
Atenciosamente,
Norma Ferreira.
Parabéns pelo novo formato que o Blog vem sendo apresentado!
ResponderExcluirFicou bem melhor e mais agradável à leitura e a visualização das matérias.
É vamos aguardar o "desenrolar das coisas"!
ResponderExcluirBlogs que publicavam matérias cobrando do poder público, fazendo oposição muitas vezes "ferrenha", devem continuar na mesma linha. Ou não?
Será que alguns cargos distribuídos farão a diferença para eles? Ou será que não estavam realmente preocupados com o bem comum?
Vamos aguardar e conferir.