Vai tudo bem, sorrisos, abraços, confraternizações,
Viagens com os colegas de trabalho, uma saidinha à noite para um som ao vivo, o
futebol, a praia e essas coisas boas que o coleguismo e o papel bordado nos
oferecem. Quanto tempo durará esse clima festivo, esses finais de semana
maravilhosos, onde só a adversidade natural da rotina humana interfere trazendo
aprendizado aos que fazem uso da sapiência? Nada de anormal, parece eterno o
tempo, mas as estações duram apenas três meses, inclusive a estação da
temporada de caça aos votos, essa também dura três meses. Repete-se a cada dois
anos. A mais desgastante é a municipal onde alguns edis têm que cultivar sua
reeleição plantando cargos comissionados durante quatro anos.
Pois é aí que a atmosfera fica carregada. Nesse período, o desespero se abate sobre o pessoal que não fez concurso. Outra coisa que devemos salientar é sobre a “capacidade” de alguns desses indivíduos. Pois bem, o medo de perder o “emprego”, faz as pessoas se estranharem e aquele bem estar, toda aquela harmonia de outrora, se esvai. O pior é que o clima se instala em todo o reduto eleitoral. Há pessoas que põem em risco até a amizade, por causa de um determinado aspirante a edilidade ou um veterano. A “viúva” parece uma tábua de salvação. Uns irão desfrutar quatro, oito ou mais anos, dependendo do desempenho do seu candidato.
Oxalá, um dia não se permita mais esse tipo de artifício e os candidatos tenham que conquistar votos com projetos que venham favorecer aos munícipes e não apenas a cabos eleitorais e cargos comissionados. Sentiremos de perto o cheiro e quiçá apalparemos a ainda remota democracia, quando fizermos a mudança desse estado arcaico governado por grupos familiares que se revezam no poder, passando para os seus descendentes como herança e nós os aplaudindo quais heróis. Continuaremos resignados e achando que está bom? Só depende de nós. Vamos vislumbrar outra forma de campanha eleitoral onde doações milionárias que manietam os administradores dos nossos bens sejam cessadas. Somos nós que damos o aval nas urnas e ficamos com as migalhas do que nos pertence. Isso é justo?
Ismael Alves (Dumangue)
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