domingo, 29 de julho de 2012

QUANTO CUSTA O SEU VOTO?

Buracos, doenças, problemas sociais sem soluções, ao menos razoáveis. Muitas questões que envolvem a política partidária no Brasil servem pra se refletir, porque no país do carnaval o voto continua a ser obrigatório e qual é o preço que se paga por um ato dito “democrático”? Quanto vale um voto?

O voto, hoje, tornou-se um produto, uma mercadoria que a cada quatro anos os políticos vão à cata, ou melhor, às compras, e o eleitor disponibiliza essa mercadoria nas prateleiras de qualquer lugar: em festas, em bares, em feiras, em shows, em suas casas porque o que se compra, de verdade, não é o voto do eleitor, mas infelizmente, o que se põe à mesa é a consciência dos crédulos, daqueles/as que acham que vendendo seu “direito democrático” vai ter uma melhor qualidade de vida. Que tristeza é ver, depois, que a realidade é bem outra.

É de entristecer ver escolas públicas sem condições de ter aulas, professores humilhados, a saúde pública granjeando a desconfiança das pessoas, a segurança pública beirando o caos, nas áreas de assistência social uma deficiência das mais gritantes com os descumprimentos do Estatuto do Idoso (porque idosos apanham todos os dias no Brasil), do Estatuto da Criança (jovens cada vez mais entrando no mundo do crime e das drogas), da Lei Maria da Penha (onde as agressões e violência contra as mulheres são frequentes) e, daí, a sociedade deve parar e analisar o preço de seu voto. Imaginem leitores, existem lugares no Brasil onde ruas se transformaram em verdadeiros “queijos suíços” de tantos buracos existentes nessas e que põem em riscos as vidas de pedestres, motociclistas e motoristas. E tem ruas que nem foram calçadas e nem existe esperanças para que esses “milagres” (calçamentos de ruas) aconteçam.

O voto, sempre é bom lembrar, obrigatório no Brasil, compra uma excelente qualidade de vida pra seus parlamentares, na Esfera Federal principalmente. E para o povo gera sofrimento. Conscientizar o eleitor de que voto não é mercadoria e retrata uma realidade vivida, que não é das melhores, é importante. Talvez a votação, no Congresso Nacional, de Projeto de Lei que torne o voto livre possa fazer com que caia em desuso as práticas abusivas da compra e da venda do voto. Sim, da compra e da venda do voto porque quem vende é tão culpado quanto quem compra, pois vende suas já poucas esperanças e depois se decepciona com o que recebe além de configurar crime eleitoral os atos da compra e da venda do voto.


Por isso, hoje ouso perguntar: um voto, leitor/a, quanto vale? Vale os buracos das ruas? Vale os hospitais sem atendimentos adequados e doentes pelos corredores? Vale a marginalidade crescente? Vale a corrupção? Vale seus impostos altíssimos? Vale a violência e o preconceito? Vale uma educação deficiente? Vale uma Assistência Social desassistida? E ai, leitor/a, quanto vale um voto?

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