A
Procuradora Geral do Município de São José de Mipibu, Dra. Renata Mosca, concedeu
entrevista a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de São José de Mipibu na
manhã desta terça-feira(17), onde na oportunidade esclareceu sobre a
Lei 40/2015, que trata das garantias, conquistas e concessão de
vantagens para a categoria dos educadores.
Na entrevista Dra. Renata fala sobre criação de vantagens para não
ferir os direitos dos educadores. "O município não congelou
quinquênios, o pagamento de quinquênio e letras é cumulatividade por tempo de
serviço, sendo portanto ilegal. Para não prejudicar os educadores como acontece
em outros municípios, criamos uma vantagem para não ferir direitos adquiridos",
explicou a Controladora.
Daltro – Procuradora, o que é a Lei 40/2015?
Dra.
Renata –
Primeiramente é importante que se diga que é ilegal a cumulatividade de
gratificações por tempo de serviço, portanto tinha que haver a extinção do
quinquênio para os servidores que possuem progressão de níveis e letras em
comum com quinquênios, sendo obrigação legal imposta pela legislação
brasileira. Não fizemos a lei, só cumprimos. Portanto, quando da edição dos
Planos da Saúde e Educação não deveria os gestores terem continuado pagando os
quinquênios.
Para
não prejudicar os servidores com a simples extinção o município enviou
à Câmara Municipal um projeto não congelando os quinquênios, mas criando
uma vantagem pecuniária não vinculada, que mantém os valores conquistados até o
momento.
Daltro – E os servidores que
não possuíam Planos de Cargos e Carreiras?
Dra.
Renata – Para
estes servidores que representam uma folha bem menor e não terão qualquer perda
este ano, o município criará uma comissão para elaborar um Plano de Cargos e
Carreiras que contemplará a ascensão funcional e tem até janeiro do próximo ano
para eliminar quaisquer perdas, sendo portanto desnecessário quinquênio para
quem terá a progressão. Esta ano eles não terão perdas de natureza alguma.
Daltro – É possível ser revogada a
Lei?
Dra.
Renata –
Juridicamente é impossível, pois existia uma ilegalidade perpetrada, um
pagamento indevido, como agora se revoga uma lei que foi criada para
regularizar uma situação atípica? Se for revogada o gestor vai estar passivo de
ser acusado de improbidade.
Também
é importante que se diga que mais cedo ou mais tarde todos os
municípios vão extinguir as progressões pagas em duplicidade, sendo que o
próprio Tribunal de Contas do Estado – TCE, tinha essa duplicidade e acabou
para cobrar dos municípios e gestores. Aí faço uma indagação: Quantos
municípios que forem obrigados a extinguir o quinquênio criarão uma vantagem
para compensar as perdas?
Daltro – Nos próximos anos o
SINTE/SJM elenca perdas sobre o quinquênio?
Dra.
Renata –
Não haverão perdas reais, pois a cada ano as categorias podem sentar e discutir
o percentual de reajuste da categoria, e nos anos que a atividade econômica do
município estiver positiva o Município poderá compensar anualmente com um
incremento de um percentual relativo ao aumento na Educação, que representa algo
em torno de 0,5% ao ano, por ser a maior folha, portanto São José sempre
cumpriu metas bem maiores que o Estado, por exemplo. Apenas para ilustrar o
aumento para o nível menor, que inclusive não estava pactuado com a categoria
representaria muitos anos ou mesmo décadas de quinquênio.
Daltro – E para quem
completa quinquênio depois de dezembro?
Dra.
Renata – Basta
o servidor requerer sua proporção, que faremos uma revisão no valor da vantagem
e publicaremos o novo valor nos moldes da lei.
Daltro – A categoria diz que
poderá entrar em greve, o que o município deverá fazer?
Dra.
Renata –
Primeiro, lamentar. Após dois meses sem aulas, no inicio do ano
letivo a categoria fazer uma opção dessas, no caso da cidade tomaremos as
medidas necessárias para proteger os serviços públicos, respeitando o direito
de greve. Nesse sentido também se mostra desproporcional a greve, porquanto que
este ano não existira perda e o aumento a ser aprovado é bem superior à
capacidade financeira do município, podendo a categoria discutir o ano inteiro
quaisquer compensação para os próximos anos. O dialogo neste caso pode ser a
médio prazo, sem prejuízo algum.
Daltro – Politicamente pareceu
inicialmente ser uma medida antipática, o que a senhora acha?
Dra.
Renata – Acredito
que a falta de informação fez alguns terem uma imagem distorcida, a medida era
juridicamente necessária e foi a melhor solução encontrada, talvez a melhor que
outras cidades não farão da mesma forma. Sempre que me procuram procuro
esclarecer que não existem perdas e que no futuro quem medirá é a capacidade
financeira do município, de continuar mantendo e melhorando os serviços
públicos funcionando a contento. Confio que o bom senso prevalecerá.
Fonte: Assessoria de Comunicação / Foto: Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário