sábado, 7 de março de 2015

NETINHO: Aos 14 anos, mipibuense está só 4 segundos atrás de César Cielo

Foto: Eduardo Maia / NJ

Tricampeão estadual, campeão e atleta ouro dos Jogos Escolares do Rio Grande do Norte, primeiro lugar no Norte-Nordeste e quarto colocado no Brasileiro. Nada mau para quem iniciou na natação há apenas cinco anos e só deu as primeiras braçadas após quase morrer afogado em uma piscina, não é mesmo? É essa a história de Antônio Matias de Barros Neto, 14 anos, a mais nova revelação do esporte norte-rio-grandense.

Com 1,85 metro, tom grave na voz e jeito um tanto quanto sisudo para um garoto da sua idade, ele se mostra bastante disciplinado e comprometido com o que faz, treinando por quase 20 horas semanais na escola onde estuda, para um dia realizar o sonho de disputar uma final olímpica.

Em 2016 não será possível, obviamente. Mas 2020 nem está tão distante assim. E os Jogos de 2024, que sequer têm uma sede definida ainda, prometem ser o seu grande ápice.

Ainda é cedo para fazer projeções tão audaciosas, mas quem o acompanha no dia a dia e conhece a fundo o seu potencial garante que talento é o que não falta ao menino de São José de Mipibu. Como o professor Gladson Soares, um dos técnicos de Antônio.

“Trabalho com ele há três anos, e posso afirmar que ele só evolui. Tanto que as conquistas locais e regionais já não são mais os nossos principais objetivos. Passamos a focar nas grandes disputas nacionais, porque sabemos onde ele pode chegar. É um cara que gosta de treinar, treina forte e realmente busca ser um atleta de ponta”, comenta o coordenador de Esportes do Contemporâneo.

O colégio, inclusive, oferece bolsa de estudos integral a Antônio desde 2013, depois que o garoto “varreu” os seus nadadores nos JERN’S da temporada anterior. E não se arrepende, pois o quarto lugar que ele obteve no Campeonato Brasileiro do ano passado, em Palhoça-SC, é o resultado de maior expressão em toda a história da escola.

“Ele é o nosso atleta de frente, a nossa referência. O exemplo a ser seguido, o concorrente a ser batido. Costumo dizer para ele que se esforce e procure sempre fazer o melhor. Porque nadadores razoáveis existem aos montes, mas ninguém quer ser lembrado como apenas mais um. É preciso fazer diferente, ir além, e eu enxergo essa vontade no Antônio. Por isso apostamos tanto nele”, disse Gladson.

Os ídolos do menino não são diferentes daqueles que os demais apaixonados da modalidade admiram: César Cielo, Gustavo Borges, Michael Phelps, Thiago Pereira... Com espaço também para o potiguar Marcos Macêdo, que foi campeão mundial em 2014, e para o carioca radicado no Rio Grande do Norte Bruno Fratus, candidato à medalha no ano que vem.

Mas fora das piscinas é o senhor Amauri Matias, funcionário público e pai de Antônio, que recebe toda a reverência do garoto. Ele conta que o genitor sempre foi seu grande incentivador, e que tem presença garantida em todas as competições possíveis.

“Meus pais sempre me apoiaram e deram força para que eu buscasse as minhas metas. Mas o meu pai é um caso à parte. Está comigo em todos os lugares, e faz questão de assistir aos treinos e provas. E isso me deixa muito feliz, porque sei que posso contar com ele sempre que precisar de apoio”, afirmou.

Foi Amauri quem matriculou o filho na escolinha de natação, em 2010, depois do incidente no balneário que quase terminou em tragédia. Assim como é o responsável por trazer o garoto a Natal e levá-lo de volta a São José todos os dias, para a sua verdadeira maratona de treinos e aulas no bairro de Lagoa Nova, zona Sul da capital potiguar.

“Ele está em todas (risos). É o meu grande amigo e agradeço muito por ter a sua companhia”, acrescentou Antônio.

Fonte: Novo Jornal

Nenhum comentário:

Postar um comentário