Foto: Eduardo Maia / NJ |
Tricampeão estadual,
campeão e atleta ouro dos Jogos Escolares do Rio Grande do Norte, primeiro
lugar no Norte-Nordeste e quarto colocado no Brasileiro. Nada mau para quem
iniciou na natação há apenas cinco anos e só deu as primeiras braçadas após
quase morrer afogado em uma piscina, não é mesmo? É essa a história de Antônio
Matias de Barros Neto, 14 anos, a mais nova revelação do esporte
norte-rio-grandense.
Com 1,85 metro, tom grave na voz e jeito um
tanto quanto sisudo para um garoto da sua idade, ele se mostra bastante
disciplinado e comprometido com o que faz, treinando por quase 20 horas
semanais na escola onde estuda, para um dia realizar o sonho de disputar uma
final olímpica.
Em 2016 não será possível, obviamente. Mas 2020
nem está tão distante assim. E os Jogos de 2024, que sequer têm uma sede
definida ainda, prometem ser o seu grande ápice.
Ainda é cedo para
fazer projeções tão audaciosas, mas quem o acompanha no dia a dia e conhece a
fundo o seu potencial garante que talento é o que não falta ao menino de São
José de Mipibu. Como o professor Gladson Soares, um dos técnicos de
Antônio.
“Trabalho com ele há três anos, e posso afirmar que ele
só evolui. Tanto que as conquistas locais e regionais já não são mais os nossos
principais objetivos. Passamos a focar nas grandes disputas nacionais, porque
sabemos onde ele pode chegar. É um cara que gosta de treinar, treina forte e
realmente busca ser um atleta de ponta”, comenta o coordenador de Esportes do
Contemporâneo.
O colégio, inclusive, oferece bolsa de estudos
integral a Antônio desde 2013, depois que o garoto “varreu” os seus nadadores
nos JERN’S da temporada anterior. E não se arrepende, pois o quarto lugar que
ele obteve no Campeonato Brasileiro do ano passado, em Palhoça-SC, é o
resultado de maior expressão em toda a história da escola.
“Ele é
o nosso atleta de frente, a nossa referência. O exemplo a ser seguido, o
concorrente a ser batido. Costumo dizer para ele que se esforce e procure
sempre fazer o melhor. Porque nadadores razoáveis existem aos montes, mas ninguém
quer ser lembrado como apenas mais um. É preciso fazer diferente, ir além, e eu
enxergo essa vontade no Antônio. Por isso apostamos tanto nele”, disse
Gladson.
Os ídolos do menino não são diferentes daqueles que os
demais apaixonados da modalidade admiram: César Cielo, Gustavo Borges, Michael
Phelps, Thiago Pereira... Com espaço também para o potiguar Marcos Macêdo, que
foi campeão mundial em 2014, e para o carioca radicado no Rio Grande do Norte
Bruno Fratus, candidato à medalha no ano que vem.
Mas fora das
piscinas é o senhor Amauri Matias, funcionário público e pai de Antônio, que
recebe toda a reverência do garoto. Ele conta que o genitor sempre foi seu
grande incentivador, e que tem presença garantida em todas as competições
possíveis.
“Meus pais sempre me apoiaram e deram força para que eu
buscasse as minhas metas. Mas o meu pai é um caso à parte. Está comigo em todos
os lugares, e faz questão de assistir aos treinos e provas. E isso me deixa
muito feliz, porque sei que posso contar com ele sempre que precisar de apoio”,
afirmou.
Foi Amauri quem matriculou o filho na escolinha de
natação, em 2010, depois do incidente no balneário que quase terminou em
tragédia. Assim como é o responsável por trazer o garoto a Natal e levá-lo de
volta a São José todos os dias, para a sua verdadeira maratona de treinos e
aulas no bairro de Lagoa Nova, zona Sul da capital potiguar.
“Ele
está em todas (risos). É o meu grande amigo e agradeço muito por ter a sua
companhia”, acrescentou Antônio.
Fonte: Novo Jornal
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