O governador Robinson Faria detalhou
o cenário econômico atual e apontou as medidas de contenção de gastos e de
recuperação financeira adotadas pelo atual gestão, durante entrevista à 98FM,
na noite desta terça-feira (26). “Nossa luta para contornar a crise financeira
é permanente", afirmou.
Entre as ações, o governador destacou
a publicação do decreto determinando cortes de gasto em todo o governo, que
deve reduzir o custeio das secretarias em até 30%, com exceção de saúde e
segurança. Robinson também citou o censo dos servidores, realizado para
corrigir anomalias que pudessem existir na folha de ativos e de inativos.
“Fizemos o ajuste fiscal necessário.
Mas enquanto a gente melhora o padrão de gastos e corrige anomalias, a
arrecadação brasileira vem caindo. A nossa arrecadação estadual vem se
mantendo, mas há frustração em relação aos repasses federais. A governabilidade
está muito mais difícil que antes”, ponderou o governador, antes de esclarecer
que o estado, por ser pequeno e pouco industrializado, depende 50% do repasse
do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e dos royalties de petróleo, cujo
volume caiu consideravelmente nos últimos anos. “A frustração de receitas já
ultrapassa R$ 800 milhões”, acrescentou.
Para criar uma perspectiva positiva
ainda em 2016, no entanto, Robinson levou ao presidente interino Michel Temer,
uma carta assinada por governadores do Norte e Nordeste que pede uma
compensação para os estados com pequenas dívidas à União. A medida já anunciada
pelo Governo Federal contempla apenas os grandes devedores, como São Paulo, Rio
de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul.
Neste mesmo sentido, há uma operação
de crédito de R$ 850 milhões junto ao Banco do Brasil que já tramitou em todos
os setores e a expectativa é de que seja liberada em breve. “Não há mais etapas
para serem vencidas. Estamos aguardando apenas a assinatura do Ministro das
Fazendas. Este valor será empregado em contrapartidas de importantes ações, e
transformará o Rio Grande do Norte em um verdadeiro canteiro de obras”,
afirmou, destacando ainda que as obras de saneamento de Natal que já estão com
todos os recursos assegurados e que levarão a capital do estado ao status de
primeira 100% saneada do Brasil.
Em relação ao pagamento dos
servidores, Robinson lembrou que, apesar das dificuldades, o RN tem honrado os
salários enquanto muitos estados sequer estão conseguindo cumprir a folha.
Minas Gerais, exemplificou, está pagando os salários com dois meses de atraso,
e o Rio Grande do Sul parcelando os pagamentos.
“Hoje ser governador é assumir o
Executivo no momento mais difícil da história brasileira.
Esta é a maior crise da história do
Brasil. Acrescente ainda a crise política e, no Rio Grande do Norte
especificamente, uma seca de 5 anos e um estado recebido com mais de 1 bilhão
de débitos vencidos", assinalou Robinson.
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