A cidade de Nísia Floresta teve a sua I Conferência
Popular promovida pela Paróquia de Nossa Senhora do Ó. O objetivo principal do
evento foi o de mostrar a realidade do tráfico humano para a sociedade nisiaflorestense.
A iniciativa, que contou com a presença de representantes do Poder Legislativo,
sindicatos, conselhos municipais e a população em geral, foi realizada na manhã
da última quinta-feira, dia 10, no Centro Pastoral.
O encontro teve como abertura uma apresentação
coreográfica de crianças e jovens paroquianos, criada a partir do hino oficial
da Campanha da Fraternidade 2014, cujo tema é: Fraternidade e Tráfico Humano.
Em seguida, o Padre Ajosenildo Nunes – pároco local, proferiu palavras de acolhida
e agradecimento aos presentes, além da oração da campanha.
Em sua palestra, que abordou o texto base da CF
2014, o Diácono Francisco Adilson, Assessor do Vicariato Episcopal para as
Instituições Sociais da Arquidiocese de Natal, refletiu sobre a “má distribuição
de renda como uma das principais raízes para o desenvolvimento do tráfico
humano no Brasil e que lutar contra isso é um dever de todos”.
A segundo fala coube ao mestre em Economia, o
professor universitário, Aluísio Alberto Dantas, que falou sobre como o sistema
econômico atual – o capitalismo – está ligado à vulnerabilidade social. Ele fez
reflexões sobre a doutrina social da Igreja e seu claro posicionamento contra
tudo aquilo que não favorece a dignidade humana, posição que deve ser de todos
os cristãos.
A conferência abriu um momento para o debate em que
foram citadas as carências existentes no município de Nísia Floresta e como
elas favorecem especialmente o trabalho escravo e a exploração sexual. Nessa
interação, as pessoas puderam expressar seus pontos de vista e sugerir ações e
projetos para tentar mudar a realidade nisiaflorestense, de forma especial
daqueles marginalizados pela sociedade. Entre os temas, a realização de um
concurso público no Poder Executivo foi um dos assuntos mais citados, como
forma de garantir a cidadania plena.
No momento final, o idealizador da conferência,
Padre Ajosenildo afirmou que “a Igreja fez uma parte de seu papel, apresentando
o problema para os poderes constituídos e à população como um todo”. O sacerdote
aproveitou a presença do presidente da Câmara Municipal, vereador Jorge
Januário, e solicitou uma audiência pública em que serão apresentadas
reivindicações voltadas à valorização e à dignidade dos nisiaflorestenses.
Matéria: Agripino Júnior / Foto: Rafael Lima
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