A correspondente especial da agência de notícias Associated
Press (AP), Nicole Winfield, afirmou nesta sexta-feira (17) num
relatório que o Papa emérito Bento XVI agiu com "mão de ferro"
dispensando, durante seu pontificado sacerdotes acusados de pedofilia. Bento
XVI foi acusado por organismo internacionais civis e pela mídia de ter
encoberto casos de abuso sexual dentro da Igreja.
A reportagem especial foi publicada um dia depois do
Vaticano apresentar junto à Organização das Nações Unidas uma resposta de
iniciativas da Santa Sé para o combate o crimes sexuais contra menores por
membros da hierarquia católica.
Os dados publicados no volume "Atividades da Santa Sé
em 2012", segundo a reportagem de Nicole Winfield, do período de
2011/2012, apresentam um total de 384 casos, um aumento de 171 desde o último
relatório sobre casos de pedofilia por membros do clero de 2008/2009.
Para combater a situação, o Papa emérito em 2010 endureceu a
legislação canônica reconhecendo os envolvidos nos casos como culpados e como
pena reduziu-os ao estado laico como forma de reprovação de suas atitude.
Segundo a reportagem, "o relatório anual do Vaticano
contém uma riqueza de informações sobre as atividades de seus diversos
escritórios, incluindo a Congregação para a Doutrina da Fé, que lida com casos
de abuso sexual". Deste modo, Bento XVI (cardeal Joseph Ratzinger) quando
prefeito da congregação era conhecedor de todos os processos e sabia como agir.
A análise dos relatórios de uma década realizada pela
correspondente da AP apresenta "uma evolução notável em processos internos
da Santa Sé para disciplinar pedófilos desde 2001". O cardeal Ratzinger
pessoalmente trabalhou para levar à Roma todos os casos conhecidos pelas
dioceses para providências da Santa Sé.
A atuação de Ratzinger apresentava intolerância com os
casos. O então cardeal determinou que os bispos de todo o mundo adotassem a
política da Igreja e levassem os clérigos acusados à julgamento em tribunais
canônicos. Desta forma, segundo a reportagem, de 2008 a 2012, considerando a
ausência dos dados de 2010, Bento XVI expulsou do sacerdócio 555 padres
acusados de pedofilia.
Com sua eleição ao trono de São Pedro em 2005, Bento XVI foi
ainda mais severo. Em 2008 na volta da visita apostólica aos Estados Unidos,
onde as organizações civis de combate à pedofilia na Igreja têm forte adesão e
capacidade de mobilização, o Papa emérito afirmou que seriam rigorosamente
excluídos os pedófilos do ministério presbiteral. "É absolutamente
incompatível e quem for verdadeiramente culpado de ser pedófilo não pode ser
sacerdote", declarou aos jornalístas presente no voo de retorno à Roma.
A repercussão da reportagem da AP mobilizou a sala de
imprensa do Vaticano que pelo seu porta-voz, padre Federico Lombardi, confirmou
os dados apresentados e as conclusões da ação da Igreja contra os casos.
Sobretudo, o aumento das "demissões" do sacerdócio de acusados por
pedofilia.
O aumento das reduções ao estado laico dos padres
considerados culpados nos últimos dois anos foram consequência direta do
protagonismo de Bento XVI no combate a este pecado do membros da Igreja.
FONTE: PORTAL ECCLESIA
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