domingo, 19 de janeiro de 2014

Relatórios do Vaticano garantem empenho de Bento XVI no combate à pedofilia


A correspondente especial da agência de notícias Associated Press (AP), Nicole Winfield, afirmou nesta sexta-feira (17) num relatório que o Papa emérito Bento XVI agiu com "mão de ferro" dispensando, durante seu pontificado sacerdotes acusados de pedofilia. Bento XVI foi acusado por organismo internacionais civis e pela mídia de ter encoberto casos de abuso sexual dentro da Igreja.

A reportagem especial foi publicada um dia depois do Vaticano apresentar junto à Organização das Nações Unidas uma resposta de iniciativas da Santa Sé para o combate o crimes sexuais contra menores por membros da hierarquia católica.

Os dados publicados no volume "Atividades da Santa Sé em 2012", segundo a reportagem de Nicole Winfield, do período de 2011/2012, apresentam um total de 384 casos, um aumento de 171 desde o último relatório sobre casos de pedofilia por membros do clero de 2008/2009.

Para combater a situação, o Papa emérito em 2010 endureceu a legislação canônica reconhecendo os envolvidos nos casos como culpados e como pena reduziu-os ao estado laico como forma de reprovação de suas atitude.

Segundo a reportagem, "o relatório anual do Vaticano contém uma riqueza de informações sobre as atividades de seus diversos escritórios, incluindo a Congregação para a Doutrina da Fé, que lida com casos de abuso sexual". Deste modo, Bento XVI (cardeal Joseph Ratzinger) quando prefeito da congregação era conhecedor de todos os processos e sabia como agir.

A análise dos relatórios de uma década realizada pela correspondente da AP apresenta "uma evolução notável em processos internos da Santa Sé para disciplinar pedófilos desde 2001". O cardeal Ratzinger pessoalmente trabalhou para levar à Roma todos os casos conhecidos pelas dioceses para providências da Santa Sé.

A atuação de Ratzinger apresentava intolerância com os casos. O então cardeal determinou que os bispos de todo o mundo adotassem a política da Igreja e levassem os clérigos acusados à julgamento em tribunais canônicos. Desta forma, segundo a reportagem, de 2008 a 2012, considerando a ausência dos dados de 2010, Bento XVI expulsou do sacerdócio 555 padres acusados de pedofilia.

Com sua eleição ao trono de São Pedro em 2005, Bento XVI foi ainda mais severo. Em 2008 na volta da visita apostólica aos Estados Unidos, onde as organizações civis de combate à pedofilia na Igreja têm forte adesão e capacidade de mobilização, o Papa emérito afirmou que seriam rigorosamente excluídos os pedófilos do ministério presbiteral. "É absolutamente incompatível e quem for verdadeiramente culpado de ser pedófilo não pode ser sacerdote", declarou aos jornalístas presente no voo de retorno à Roma.

A repercussão da reportagem da AP mobilizou a sala de imprensa do Vaticano que pelo seu porta-voz, padre Federico Lombardi, confirmou os dados apresentados e as conclusões da ação da Igreja contra os casos. Sobretudo, o aumento das "demissões" do sacerdócio de acusados por pedofilia.

O aumento das reduções ao estado laico dos padres considerados culpados nos últimos dois anos foram consequência direta do protagonismo de Bento XVI no combate a este pecado do membros da Igreja.
FONTE: PORTAL ECCLESIA

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