Passados quase cinco meses do desmoronamento que destruiu dezenas de casas, a aflição dos moradores do bairro de Mãe Luíza, na zona Leste de Natal parece não ter prazo para um fim. A reportagem do portalnoar.com esteve na região afetada pelo deslizamento de terra ocorrido no dia 13 de junho desde ano e encontrou um cenário de desolação. Após todo esse período, nada ainda foi feito no local.
De acordo com Ana Maria, uma das moradoras da Rua Guanabara, área que teve a maior parte de casas destruídas, o sentimento é de total impotência. Segundo ela, falta água para as necessidades básicas e além disso, não há iluminação, uma vez que a rede elétrica foi comprometida e até o momento não foi reestabelecida.
Para suprir a falta de água, Ana Maria conta que teve que solicitar ajuda da Prefeitura que disponibilizou uma caixa com capacidade para 5 mil litros, porém mesmo assim dá apenas para o essencial. “Fomos esquecidos pelo poder público, não sabemos mais o que fazer. Me faltam forças”, diz com lágrimas nos olhos.
Outro agravante, segundo ela é falta de iluminação, o que tem levado muitos moradores a ter que permanecer nas casas interditadas para não terem seus pertences saqueados pelas ondas de arrombamentos que se tornaram frequentes na região. Ela denuncia ainda a dificuldade de acesso ao transporte público, já que ônibus que passavam pela localidade tiveram o itinerário modificado, devido a interdição.
Para a dona de casa Terezinha de Jesus, de 59 anos é um absurdo nada ter sido feito durante todo esse tempo. Ela que mora no bairro desde que nasceu diz que a sensação é de tristeza profunda. “É muito triste você ver o pouco que se tem destruído e permanecer assim nessa incerteza se vai poder recuperar”, lamenta.
Representante da associação de moradores do bairro, Ana Maria diz que vários protestos no intuito de cobrar providências da prefeitura já foram feitos, mas até agora não houve nenhuma resposta concreta. “Não descartamos a possibilidade de fazer outros, temos que fazer barulho, chamar a atenção, pois parece que fomos esquecidos”, diz ela.
Ao portalnoar.com o secretário de obras públicas do município, Tomaz Neto informou que gerou essa demora para o início das obras de recuperação foi a demora por parte do Governo Federal em definir qual ministério seria o responsável por liberar os recursos para a obra. Porém o secretário garantiu que os serviços deverão ter início ainda este ano. “Não podemos mais esperar, estamos às vésperas do inverno e nesse período fica praticamente inviável a execução do serviço”, disse.
De acordo com o secretário, o Ministério da Integração solicitou após reunião na última quarta-feira (29) com o secretário adjunto de obras, Walter Fernandes, duas alterações no projeto e que a liberação para que a obra seja licitada deve sair na próxima semana.
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